CRIAÇÕES TG

114ª Criação do Teatro da Garagem
24 A 27 de Julho | Quinta-feira às 19h30, sexta-feira e sábado às 21h, domingo às 16h30, no Teatro Taborda
Não perca a 114ª criação da Garagem, de 24 a 27 de julho, no Teatro Taborda. Quinta-feira às 19h30, sexta-feira e sábado às 21h e domingo às 16h30.
Sinopse:
“Metamorfoses”, a 114ª criação do Teatro da Garagem, parte de alguns episódios da obra homónima de Ovídio, poeta romano nascido em 43 a.C., em Sulmona (atual Itália) e que faleceu em data incerta no exílio, em Constança (atual Roménia).
Os episódios escolhidos desta extensa obra, como Narciso, Eco, Pigmalião, Dafne, Aracne, Dédalo, Ícaro, Orfeu e Eurídice fazem parte do imaginário popular ocidental. Este espetáculo dá a conhecer estas personagens, contando as suas histórias marcadas pela metamorfose, ou seja, pela transformação e mudança.
Num tempo de mudanças e transformações aceleradas, é fundamental regressar aos textos de Ovídio pelo que representam de exemplar e revelador sobre a natureza humana e os seus excessos.
Neste espectáculo, a Garagem privilegia uma perspectiva optimista sobre o amor, a arte, a morte e outro temas universais. Acreditamos que o melhor das pessoas prevalece e que, apesar das dificuldades, saberemos encontrar um caminho equilibrado e feliz.
Para continuar a fazer perguntas
Texto de Carlos J. Pessoa
O Teatro da Garagem, correspondendo à sua missão de divulgação de textos clássicos, irá levar a cena uma versão das Metamorfoses de Ovídio. As Metamorfoses são uma obra monumental de Ovídio, poeta latino, nascido em Sulmona, actual Itália, a 20 de Março de 43 a.C., tendo falecido em Constança, na actual Roménia, em data incerta. A oportunidade deste texto, e da sua adaptação à cena, resulta das características do tempo histórico que vivemos, de reiterada aceleração e transformação abrupta bem como dos ecos evidentes encontrados nos textos de Ovídeo.
Para o poeta a metamorfose é parte da natureza das coisas, de todas as coisas, humanas e não humanas. Tudo está sujeito a um fluxo transformador que condiciona a existência dos seres. Deste modo Ovídio aproveita o imaginário mítico greco-latino para fundamentar as origens e transformações que determinam o quotidiano como ainda o conhecemos e praticamos.
Escolhemos diferentes assuntos, da panóplia imensa do autor, para tratar neste espectáculo. São eles: o génesis, o amor, a caça, o zelo, a arte, a hospitalidade, o bem público, o ideal, o rumor, o banquete e a morte. A estes assuntos corresponde uma história em que é apresentada uma metamorfose. E é graças a esse efeito que é possível reflectir sobre o alcance de comportamentos e acções, sobre a natureza humana exposta pela lente amoral de Ovídio.
O poeta, do nosso ponto de vista, nunca pretende qualificar as acções desencadeadas pelas personagens. Estas actuam de acordo com o seu impulso, o seu instinto, e a cada uma assistem argumentos com maior ou menor plausibilidade. O que interessa a Ovídio é acentuar que os gestos do quodiano fazem parte de uma mecânica cósmica em que intervêm deuses e o arbítrio humano, em planos que se interceptam; que nunca estamos desligados de um alcance mais vasto, de uma causalidade incessante que faz com que tudo tenha a ver com tudo; que determina uma necessidade de reflexão e distanciamento.
Neste espectáculo, que se apresenta como uma lente vibratória, onde as personagens se metamorfoseiam em incessante caleidoscópio, queremos deixar à imaginação crítica do espectador um espaço de reflexão que contemple as propostas de Ovídio e o confronto com a perplexidade do presente, as mudanças e alterações que ora assustam ora entusiasmam.
O tempo que passa é metamorfose que se efectiva, movimento de surpresa e susto, de beleza e horror, mas principalmente de confronto e de balanço de cada um com o seu próprio destino. Tal qual o poeta Ovídío que no seu destino final, o exílio em Constança, longe de tudo o que lhe era querido, perspectiva a sua dor pessoal, já não de personagens míticos, como parte desse mistério das metamorfoses; um mistério que que não dando respostas, alimenta o desejo de continuar a fazer perguntas.
FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
ENCENAÇÃO: Carlos J. Pessoa
DRAMATURGIA: Cláudia Madeira
TRADUÇÂO: Paulo Farmhouse Alberto
CENOGRAFIA: Herlandson Duarte
FIGURINOS: Carlota Lagido
SONOPLASTIA E OPERAÇÃO DE SOM: André Carinha
DESENHO E OPERAÇÃO DE LUZ E VIDEO DE CENA: Carlos Vinícios
INTERPRETAÇÃO: Ana Lúcia Palminha, Célia Teixeira, João Estima e Rui Maria Pêgo
FOTOGRAFIA, VÍDEO E DESIGN GRÁFICO: Vitorino Coragem
COMUNICAÇÃO: José Grilo
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Raquel Matos
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Luís Puto e Rita Soares
ASSISTÊNCIA DE ENCENAÇÃO EM CONTEXTO ESTÁGIO: Mariana Rebelo
APOIOS: Câmara Municipal de Lisboa, EGEAC, Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Universidade Nova de Lisboa (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas)
FINANCIAMENTO: Direção-Geral das Artes, Governo de Portugal | Ministério da Cultura
Mais informações:
218 854 190 | 924 213 570
producao@teatrodagaragem.com
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