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ELA DIZ | 34º Festival de Almada

Posted By : TeatroDaGaragem
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TEATRO
89ª Criação do Teatro da Garagem
Texto e Encenação de Carlos J. Pessoa
[5 - 9 JUL | 21h30 (Sábado às 16h00) | Teatro Taborda]

ELA DIZ_1

ELA DIZ narra o conflito entre duas mulheres, Mãe e Filha, interpretadas pelas atrizes Fernanda Neves, que completa 40 anos de carreira, e Ana Palma, do elenco do Teatro da Garagem. As personagens/atrizes, num face-a-face desafiante, dizem uma à outra o que nunca disseram, o que precisam dizer. Assiste-se a um desabafo urgente e torrencial, matizado por diferentes estados de alma, cujo desenlace é o esgotamento, a pacificação abrupta. Num dispositivo cénico simples, um lugar definido por dois planos e uma mesa e duas cadeiras, o texto, original de Carlos J. Pessoa, um dos três textos selecionados pelo Comité Português da Rede Europeia de Tradução e Difusão Teatral – Eurodram, em 2016, assume um papel preponderante, como matéria que, tornada som e música, desafia as categorias tradicionais da palavra e da escuta. Tomar a palavra é aqui sinónimo de libertar a escuta. A escuta livre que se exige às atrizes e aos espetadores e ouvintes é uma escuta que circula, que se transforma e que desagrega, através da sua mobilidade, a rede rígida dos lugares da palavra. O que ouvimos em Ela Diz não indicia presença de um significado, mas é a própria dispersão, um jogo de espelhos indefinidamente posto em movimento por uma escuta que não fixa um sentido, mas um conjunto de significâncias. Ao escutarmos o que Ela Diz escutamos um som a seguir ao outro, numa urdidura fina de palavras, gestos e emoções, que nos obriga a renunciar à busca de um sentido, propondo uma viagem sensível na qual se confrontam o poder e o desejo.  

Maria João Vicente

 Afinal o que é que Ela Diz?
Ela Diz o que lhe passa pela cabeça, ou quase, numa reverberação de vivências, mais ou menos íntimas, destacadas da torrente de sensações que a dizem.
Ela é dita pela torrente de sensações, transformadas em impressões verbais, sonoras e imagéticas.
Ela é materializada como um corpo escultórico, um corpo coreográfico, teatral e arquitectónico.
Ela é um corpo plasmado de orgânico e inorgânico.
Mas afinal o que é que Ela Diz?
Ela Diz o que lhe passa pela cabeça, ou quase, sabotando a comunicação ou, ao menos, propondo uma forma de comunhão alternativa menos assente no lugar comum que no lugar incomum; apelando aos sentidos do espectador, à sua disponibilidade de interagir com a expressão cénica que se oferece aos sentidos.
“A arquitectura é música congelada”, afirmou o sábio.
É pedida ao espectador a inocência, ou a ousadia, de descompartimentar as formas artísticas, de misturá-las sem receio de, por instantes, o que Ela Diz, poder ser uma impressão fotográfica, um travelling de cinema, uma pausa musical, um trompe l`oeil arquitectónico, uma perspectiva visual inesperada, um verso, uma textura, um sabor que estranhamente se forma na boca.
Se Ela Diz, sem rebuço, de como Diz, ela, talvez, continue a dizer, indefinidamente, numa liturgia continua…

 Se Ela Diz porque são duas a dizê-lo?
Ela Diz, é um diálogo ou monólogos que se entretecem?
Ela Diz caminha entre duas idades diferentes de mulher. Ela Diz caminha entre uma Mãe e uma Filha, aludindo a um Pai ausente, embora presente, Negro, como uma sombra desfocada.
Ela Diz paisagens imemoriais, que se sucedem numa lenta focagem.
Ela Diz, dando conta, de conflitos paradigmáticos, fissuras que se tornam marcas permanentes, características dolorosas, hábitos de dor, estigmas involuntários.
Ela Diz, não conta, histórias que se repetem como arcaísmos de comportamento, que passam de avó para mãe, de mãe para filha: formulas de ódio, amor, compaixão… cunhadas numa genética ainda por descodificar, por compreender, mas que, ainda assim, se manifesta na voz do sangue, na voz da terra, na voz da carne, na voz da Voz.
Ela Diz a Voz.

 Afinal o que é que Ela Diz?
Ela talvez não diga, talvez pense, acima de tudo pense em voz alta, dando lugar a muitas vozes, às vozes possíveis, às vozes urgentes, lembradas ou esquecidas, mas que, por medo nosso, por fé nossa, espectadores, se manifestam, livres, pungentes, interrogativas.
Ela é o corpo que pensa, esse corpo orgânico e inorgânico, que pensa, esse corpo expressivo de múltiplas artes, como reflexos de um lustre, dando Voz às vozes, coabitando múltiplos lugares, instantâneos de lugares reconhecíveis, lugares nossos, íntimos ou desconhecidos, de um tempo estranho, de perdidos e achados.
Ela Diz a surpresa, a queda, o tropeçar no degrau, que precipita uma morada diferente, um locked-in que a faz planar sobre o Mundo, um locked-in sereno, poroso, interface para uma indefinição da pessoa, interface para uma indefinição lúcida de cada um, sem receio disso, sem receio das reticências, do que nunca se fecha, do que não corresponde a um dado definitivo, a um facto concreto.
Ela não é concreta, Ela Diz.

 Ela não existe, é uma ficção?
Ela nem existe, nem é uma ficção.
Ela é uma expressão: uma tensão, um ritmo, uma curva, uma dobra, um vinco, uma sílaba, um espaço branco e em branco, um poema aberto que pode ser uma épica gentil ou um convite febril. Ela nem existe, nem é uma ficção.
Ela está ali à espera das poeiras, das manchas, dos rastos, do habitar definitivo, que resulta de nós espectadores, quando como detectives de ocasião, começamos a coleccionar os seus vestígios, as suas pistas, as provas dos seus crimes que apenas ocorreram na nossa perturbação, no nosso desconforto, na nossa curiosidade, na nossa disponibilidade para inventar o que Ela Diz.

 Carlos J. Pessoa
 (Escrito de acordo com a antiga ortografia)

 FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Texto e Encenação Carlos J. Pessoa
Dramaturgia Maria João Vicente
Cenografia e Figurinos Sérgio Loureiro
Música e Sonoplastia Daniel Cervantes
Desenho de Luz Nuno Samora
Interpretação Ana Palma e Fernanda Neves
Direcção de Produção Maria João Vicente
Produção e Comunicação Carolina Mano
Assistência de Produção Mariana Magalhães
Apoios Câmara Municipal de Lisboa, EGEAC, Junta de Freguesia de Santa Maria Maior
Financiamento Governo de Portugal | Ministério da Cultura, Direção-Geral das Artes
Acolhimento Centro Cultural Vila Flor e Festival de Almada

DURAÇÃO 75 minutos | M/12

 Reservas e mais informações:
geral@teatrodagaragem.com
218854190 | 968015251 (ter a sáb: 15h00 – 20h00)
www.teatrodagaragem.com
 Bilhetes entre 5,00€* e 10,00€
* Descontos aplicados a profissionais do espetáculo, estudantes de teatro, maiores de 65 e residentes do bairro.


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