ENCONTRO / MESA REDONDA
Organização de Cláudia Madeira (FCSH-UNL) & Teatro da Garagem
[26 JAN | 20h00 | TEATRO TABORDA]
Encontro em torno dos 50 anos da estreia no Scala-Teatern em Estocolmo da peça “Canto do Papão/Fantoche Lusitano” de Peter Weiss, com o objectivo de debater a sua importância enquanto documento histórico de luta contra o fascismo e o colonialismo português e repensar a sua reencenação na actualidade. Neste âmbito, será promovida uma mesa redonda que contará com a participação de investigadores e encenadores: Cláudia Madeira (FCSH/Universidade Nova de Lisboa) e Carlos J. Pessoa (Teatro da Garagem, ESTC), os proponentes da futura encenação da peça Canto do Papão Lusitano; Vera San Payo de Lemos (FL/Universidade de Lisboa) que tem desenvolvido pesquisa sobre Teatro Alemão em Portugal, nomeadamente, no que diz respeito a esta peça; Maria Manuela Gouveia Delille (Universidade de Coimbra) que trabalhou a recepção da peça; Peter Hannenberg (Universidade Católica de Lisboa) que investigou o arquivo de Peter Weiss em Berlim para analisar o carácter histórico e documental da sua construção; Manuel Silva Pereira que encenou a peça no pós-25 de Abril em Portugal e Margarida Tavares que dará conta de alguns ecos da encenação da peça nas Caldas da Rainha.
Cláudia Madeira
Sobre Canto do Papão Lusitano
A peça Gesang vom Lusitanischen Popanz (Canto do Papão Lusitano) de Peter Weiss, estreada em 26 de Janeiro de 1967 no Scala-Teatern, em Estocolmo, não só traduz um dos mais importantes documentos históricos teatrais de crítica anti-colonial, que foi contemporâneo à ditadura portuguesa — transformando-se numa peça “maldita” para o regime — como serviu, durante o processo revolucionário, do pré e pós 25 de Abril, de porta-estandarte, de manifesto, a favor da democracia e contra o colonialismo.
Esta reencenação, que é uma co-produção entre o Teatro da Garagem e a Universidade Nova de Lisboa (FCSH), resultante de um workshop preliminar que envolveu alunos da disciplina de Teorias do Drama e do Espectáculo do curso de Ciências da Comunicação da FCSH e a equipa artística do Teatro da Garagem, tem por objectivo fazer uma homenagem a Peter Weiss e à peça apelidada, por vezes, de Papão, Fantoche ou até Espantalho e que, este ano, comemora os 50 anos da sua estreia mundial, uma vez que ela representa um documento, um arquivo e mesmo um património histórico de grande relevância sobre este imaginário complexo do colonialismo português, da guerra e da resistência.
Cláudia Madeira